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Honestidade científica

data-filename="retriever" style="width: 100%;">O jornal Folha de São Paulo, edição da última segunda-feira, noticia que um estudo sobre desonestidade é invalidado por suspeita de fraude. Mais um sinal da complexidade e falta de credibilidade que caracterizam o tempo que vivemos.

Trata-se de uma "pesquisa" sobre mecanismos psicológicos da desonestidade, que terminou desautorizada diante da evidencia de dados com indícios de fraude.

Não fosse a respeitabilidade que gozava o pesquisador responsável pelo estudo, Dan Arielu, economista comportamental, professor da Universidade de Duke, localizada ao sul dos Estados Unidos, o fato teria passado desapercebido e não teria merecido atenção da imprensa.

O pesquisador é autor de três best-sellers, tem sucesso na internet como palestrante e assina uma coluna no The Wall Street Journal. Como se vê, em tese, não seria suspeito de práticas que terminaram por invalidar seu estudo.

Antes foi autor de "A Verdade Sobre a Desonestidade: Como Mentimos Para Todo Mundo, Especialmente para Nós Mesmos", publicação que não mereceu reparos da academia.

Seguramente, este não é a primeira pesquisa publicada que termina desacreditada por imprecisão dos dados coletados ou da manipulação dos dados de forma a confirmar a tese do pesquisador. Não basta alguém apresentar uma pesquisa, mesmo que tenha seguido uma metodologia científica, para que os resultados obtidos possam ser considerados fidedignos. Por isto, a importância da validação de qualquer pesquisa por outros pesquisadores, antes de que sejam aceitas por editores de publicações especializadas sérias.

Como em qualquer outro ramo de atividade humana, sempre há um cenário de disputa e na área das ciências não é diferente. São abundantes os casos de plágio e até mesmo de subtração de elementos de um pesquisador que são apropriados por outros que se apresentam como os formuladores da tese.

As facilidades de comunicação, somada às diversas formas de divulgação facilitam que, na busca de novidades, pesquisas não devidamente checadas e comprovadas cheguem ao conhecimento geral da população que, sem qualquer filtro, pode acatar como verdade o que é publicado. Principalmente quando a notícia é apresentada com o preambulo: "segundo pesquisa realizada pela universidade X, comprovou-se que...", sem qualquer referência a validade do resultado apresentado.

Não é de admirar que, diante de tantas informações controversas sobre o mesmo assunto, apresentadas como tendo base científica (sem efetivamente ter), nós, os leigos, somos tomados de perplexidade, ao ponto de adotar atitudes com respaldo em "placebos" teóricos-científicos.

De certa forma, é o que acontece com as vacinas. Há estudos dispares e contraditórios sobre tudo, inclusive no que tange ao tratamento e prevenção de doenças.

As tão faladas e defendidas liberdade de expressão e de imprensa deve pressupor que tudo pode ser noticiado, mas entre noticiar e apresentar como fato comprovado vai uma longa distância.

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